Preço da gasolina ganha mais um aumento. O quinto neste primeiro semestre.
A Petrobras anunciou o valor médio de 10% para as refinarias valendo a partir de hoje, terça-feira (09/06). A decisão veio em função do comportamento internacional dos combustíveis, de um momento em que o mercado começa a se recuperar da crise que estourou em abril com a pandemia do coronavírus.
“As vendas de diesel já retomaram os níveis pré-crise e que o consumo de gasolina também se recupera, mas ainda com volumes ‘um pouco abaixo’ do período anterior à pandemia”, disse Anelise Lara, Diretora de Refino e Gás Natural da Petrobras. A executiva disse ainda que espera, nos próximos meses, novos aumentos “moderados”.
Embora a Petrobras já tenha acumulado elevação em 59,4% desde maio (segundo artigo da revista Valor Econômico de 08/06/2020), o consumidor final vai sentir a diferença de forma gradativa, como vem acontecendo nas duas últimas semanas, quando os estoques começam, mesmo que a passos lentos, a serem consumidos.
É importante lembrar como é composto o valor do combustível que o consumidor final paga ao abastatecer nos postos de gasolina. Quando os aumentos de preço começarem realmente a pesar no bolso dos consumidores, serão as margens de impostos e cálculos adicionados conforme manda a lei (adição de 27% de álcool andiro e demais porcentagens – veja nosso artigo sobre composição do preço de combustível). Ademais, são custos de compra/venda, cálculos que fazem parte do mercado de combustíveis.
É fácil afirmar que o preço aplicado na refinaria é o mais baixo quando a maior fatia dos valores de composição vai para impostos (25% de ICMS e 19% de CIDE, PIS/PASEP e COFINS). As distribuidoras e revendedoras são as que menos recebem lucro. Os aumentos ou reduções acontecem sempre no preço bruto do combustível. Quem arca com os demais gastos são os postos! Soma-se a isto a crise causada pela pandemia. Quem realmente sofre e sente o peso da crise no mercado de combustíveis? Fica a reflexão.