A Fecombustíveis, que representa aproximadamente 40 mil postos revendedores de combustíveis de todo o País, diz que o setor não tem condições de absorver e deve repassar integralmente ao consumidor.

“A margem [de lucro] na comercialização de combustíveis vem caindo. Hoje, está em torno de 12%. Não temos gordura para absorver parte do aumento de imposto”, comenta o presidente da entidade, Paulo Miranda Soares. “Recebemos o anúncio com pessimismo. Achávamos que sairíamos da recessão e, de repente, nossa carga que já era alta, em torno de 40% a depender do Estado, sobe ainda mais”, acrescenta.

Estima-se que as novas alíquotas de PIS/Cofins representem uma alta de 41 centavos no preço do litro da gasolina vendida nos postos. O peso dos dois tributos na hora de abastecer o carro subiu de 31 centavos para 67 centavos, conforme cálculo que leva em conta a mistura de 27% de etanol anidro, cuja tributação é menor, na composição da gasolina comum.

Soares, que tem uma rede de postos no Rio de Janeiro, conta que distribuidoras de combustíveis do Estado já estavam praticando na sexta-feira os novos preços. Segundo ele, o reajuste nas bombas tem impacto sobre o consumo porque, ainda que muitas vezes o uso de carro seja inevitável, os motoristas acabam buscando reduzir o quanto podem o número de viagens para fugir dos preços mais altos do combustível.

“A expectativa era que o setor revendedor de combustível crescesse entre 1% e 2% neste ano, mas pelo que estamos vendo ficou mais difícil. Aumentos de combustíveis atingem rapidamente o consumo. Percebemos isso na hora”, afirma o presidente da Fecombustíveis.

Fonte: O Estado de S.Paulo