A cidade de São Paulo regulamentou uma lei que obriga lava-rápidos e postos de combustível com serviços de lavagem de carros a terem sistemas para reúso de água. A publicação no Diário Oficial do município ocorreu com três meses de atraso em relação ao prazo previsto na legislação sobre o tema, sancionada em abril.

O lei prevê que os “estabelecimentos instalem sistemas e equipamentos exclusivos para captação, tratamento e armazenamento da água, visando seu reúso em atividades que admitam o uso de água de qualidade não potável”.

A instalação deverá seguir normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os estabelecimentos deverão afixar placa indicativa da instalação dos sistemas de reúso de água.

A fiscalização será feita pela Secretaria de Coordenação das Subprefeituras. A multa para quem desrespeitar a medida é de R$ 1 mil, podendo ser dobrada em caso de reincidência. Os estabelecimentos que não se adaptarem mesmo após serem multados poderão perder o alvará de funcionamento.

Segundo José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro, o sindicato dos postos de combustível da capital, estabelecimentos que fazem um grande número de lavagens de carro vão se beneficiar da medida. “É um investimento de até uns R$ 60 mil. Mas a queda na conta de água pode compensar. Em três anos você recupera o investimento”, afirma Gouveia.

Ele chama a atenção para postos que fazem poucas lavagens de carro. Nesse caso, a melhor saída é passar a fazer apenas lavagens a seco, alerta o sindicalista.

Crise hídrica
O estado de São Paulo ainda luta para escapar de um quadro grave de racionamento de água. O sistema Cantareira, que abastece 5,3 milhões de consumidores na região metropolitana de São Paulo, ainda opera no volume morto. As represas do sistema operam com 18,9% da capacidade. Se considerado o volume morto na capacidade total, o sistema está no vermelho e opera com -10,5%. Outro sistema em situação crítica é o Alto Tietê, que abastece 5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e opera com 15,1% da capacidade.