Ipiranga leva 30 revendedores brasileiros de diesel para conhecer o Lowa 80, nos Estados Unidos.
Para o fiel cumprimento da Lei 12.612, que regulamentou a profissão de motorista do transporte rodoviário de cargas e passageiros, haverá necessidade da criação de muitas vagas de estacionamento para caminhões nas estradas, para que os motoristas possam descansar – principalmente à noite. Talvez pensando nisso, a Ipiranga tomou a iniciativa de levar um grupo de 30 de seus revendedores para conhecer alguns postos de estrada nos EUA. A viagem ocorreu em abril e o destino foi Chicago, a partir de onde foi possível visitar, entre outros, o Posto Iowa 80, a cerca de 300 km de lá.Na realidade, o Iowa 80 é um truckstop (parada de caminhões) privado, que iniciou atividades em 1964.
Na comitiva estava Wagner Henriques Xavier, empresário mineiro e proprietário do Posto Profetas, situado no km 614,6 da BR-040, município de Congonhas (MG). Segundo ele, o Iowa 80 é o tido como o maior posto do mundo. Não é para menos: seus números são gigantescos. O empreendimento ocupa um terreno de 340 mil m², equivalente a 34 campos de futebol, capaz de acolher 3.500 carretas clássicas americanas, além de 1.500 automóveis. “É grande desse jeito porque fica numa região sujeita a nevascas, sendo obrigado, às vezes, a receber grande número de caminhões impedidos de continuar viagem”, diz Xavier.
Para movimentar uma estrutura assim é preciso ter receita, e esta provém da venda de mais de 8 milhões de litros de combustíveis por mês, sendo mais de 80% relativos ao diesel. Há outras receitas. Conforme o empresário, além de truckstop, o I-80 é um mega-truckcenter. “Ali o caminhoneiro pode resolver todas as suas necessidades, seja para o caminhão ou para si”. O posto tem balança rodoviária e guincho pesado para resgate externo. Nada é de graça, mas, se o caminhoneiro precisar de médico ou dentista, sempre tem um de plantão.Restaurante, lavanderia, padaria, salas de cinema e TV, barbeiro e banho (este a 11 dólares).
A loja de peças, acessórios e pneus tem 4 mil m² de galpão e dispõe de equipe de mecânicos e instaladores. Na pista há um lavador de caminhão, do tipo lava-jato, que cobra US$ 80 por hora. Utiliza-se de água reciclada e o serviço só por fora leva 20 minutos. Wagner Xavier se surpreendeu com a agilidade de determinados serviços, como o abastecimento dos caminhões, embora o posto não tenha frentistas. “É tudo muito rápido. O caminhoneiro passa o cartão num display junto ao abastecimento de diesel e libera o bico, que tem um rabicho chamado bico-escravo. Assim, ele enche os dois tanques ao mesmo tempo, confere o nível de óleo do motor e passa no parabrisa um rodo com um produto especial, que remove os mosquitos sem escorrer nem corroer a pintura. Tudo isso em incríveis 10 minutos”, diz o empresário, lamentando que um atendimento desses, no Brasil, leve, em média 40 minutos, “por causa da burocracia dos cheques e cartões.
Xavier gostou do que viu. Em sua opinião, “muita coisa pode ser trazida para os postos de estrada daqui, especialmente agora que os caminhoneiros terão de se adequar aos seus tempos de volante”. Se o Brasil poderá entrar numa era assim, não se sabe. Porque numa coisa estamos longe do padrão americano: os motoristas lá ganham uns 5 mil dólares por mês – algo em torno de R$ 10 mil.
Fonte: Revista Carga Pesada