Um dos números que retratam o efeito da crise na economia é o do consumo de combustíveis. No mês de janeiro, em Santa Catarina, a venda de diesel (volume físico) caiu 9,86% e a de gasolina teve retração de 4,18% frente ao mesmo mês do ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda. Se milhares de argentinos não tivessem vindo de carro para passear no nosso litoral, o resultado seria bem pior. O setor, que é o maior arrecadador de ICMS de SC (19% do total), gerou receita de R$ 320 milhões ao setor público, 10,5% a mais do que em janeiro de 2015, quando somou R$ 290 milhões. Mas esse aumento não cobre a inflação do período, que ficou em 10,7%.

Apesar dessa queda de consumo preocupante, Santa Catarina ficou melhor do que a média nacional. Dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) apontam que em janeiro houve queda de 12,7% no volume físico de combustíveis vendidos no Brasil. O maior impacto ocorreu no diesel, com recuo de 16,7%, seguido pela gasolina, com queda de 13,9%.

A retração no consumo de diesel num país que movimenta a maioria das suas cargas por rodovias mostra que a crise afeta todos os setores econômicos. No caso da gasolina, revela que muitos estão deixando o carro em casa porque estão desempregados ou usam ônibus para se deslocar por ser mais barato.

Conforme a Secretaria da Fazenda de SC, a gasolina responde por 62% da arrecadação de combustíveis, o diesel 24%, os lubrificantes 4%, o gás de cozinha (GLP) 3% e o etanol, 2% do total.