Vida de revendedor não é fácil: ter uma empresa que funciona durante os 365 dias do ano e que permanece aberta, no mínimo, 16 horas por dia ou até 24 horas ininterruptamente, faça sol ou faça chuva, não é para qualquer um!
Trabalhar no mercado da revenda de combustíveis nos dias atuais exige determinação e muita paciência do empresário. Entre todas as atividades econômicas, a revenda de combustíveis, é hoje, um das mais regulamentadas, fiscalizadas e taxadas.
O revendedor deve obrigações ao Ibama, a Fatma, Inmetro, ANP, Corpo de Bombeiros, prefeitura, Secretaria de Fazenda e uma lista interminável de órgãos sempre alertas ao funcionamento do posto. A voracidade tributária brasileira impõe tantas alíquotas e taxas específicas relacionadas à atividade que, além de tomar tempo e dinheiro, ainda exige que o revendedor seja um “expert” em legislação ambiental, trabalhista e tributária. Hoje, para trabalhar na revenda de combustíveis não é mais suficiente conhecer apenas bem o negócio, é preciso estar bem informado sobre as inúmeras obrigações que existem e as que ainda estão por vir. E sempre vêm, todo dia surgem novas exigências de certificados, laudos, atestados e tantas outras obrigações.
E, além de lidar diariamente com as dificuldades comuns a qualquer negócio, o revendedor tem que conviver com os problemas gerados pela concorrência desleal, que desestabilizam o mercado com adulteradores e sonegadores de impostos. Além disso, empresário da revenda é ainda o alvo preferido dos consumidores quando se trata de achar um culpado para o aumento de preço dos combustíveis. Subiu o combustível e lá está o revendedor tendo que explicar para o consumidor, para a mídia, para o Procon e tantos outros, o porquê do aumento. Preço na média é alinhamento; preço baixo pode ser fraude; preço acima da média pode configurar crime contra a ordem econômica. Tem que ter muito fôlego!
Esta categoria contribui tanto para o crescimento do Brasil, que é considerada uma atividade de utilidade pública. O combustível que carrega o desenvolvimento, o alimento e a produção do país – passa por lá, pelo posto de gasolina.
Em tempos atrás (nem tanto tempo assim), em algumas pequenas cidades brasileiras, poderia não haver banco, loja, ou supermercado, mas o posto de gasolina não poderia faltar. O posto era um “porto seguro”, onde sempre se encontrava, além da gasolina, um telefone público, comida, uma informação precisa para motoristas fora de rota e, muitas vezes, servia também como um pequeno banco para descontar um cheque de emergência no final de semana. O caixa eletrônico veio bem depois.
É uma categoria que, apesar de tantas mudanças ocorridas no mercado nos últimos tempos se orgulha da sua profissão e vai se adaptando aos novos tempos com coragem, resistência e, sobretudo, bom humor.